💥 Explosão na Plataforma PCH-1 expõe falhas em rota de fuga e deixa dezenas de feridos: “Fumaça, calor e desespero”

Relatos dramáticos de trabalhadores revelam tensão extrema após explosão na Bacia de Campos. Fuga entre labaredas, resgates no mar e rota de emergência interditada expõem riscos à segurança.

ACIDENTE

FuroWeb

4/22/20252 min read

A explosão registrada na plataforma PCH-1, na manhã da última segunda-feira (21), revelou um cenário de terror e improviso. Os primeiros relatos dos trabalhadores, obtidos pelo Sindipetro-NF, escancaram a gravidade do acidente e colocam em xeque os protocolos de segurança na unidade.

Segundo os depoimentos, o incidente ocorreu por volta das 7h20, em um dos decks de produção localizado abaixo da área dos camarotes. A sequência de eventos foi rápida, intensa e caótica.

“O piso começou a esquentar e, de repente, o alarme disparou. Saí correndo do camarote e me deparei com fumaça densa bloqueando o corredor”, relatou um dos petroleiros, que pediu anonimato.

Em meio à confusão, trabalhadores fugiam em sentidos opostos, tentando escapar do fogo. A rota de emergência, que deveria garantir a saída segura, estava interditada, forçando alguns a atravessarem zonas com chamas ativas.

🚨 Resgate no mar e combate ao fogo por mais de 4 horas

Um dos momentos mais críticos foi o resgate de um trabalhador que, com o impacto da explosão, caiu no mar. Ele foi salvo pela embarcação Locar XXII, com queimaduras, mas consciente.

Enquanto isso, a brigada de emergência travava uma batalha contra o incêndio, que só foi completamente controlado às 11h25, após mais de quatro horas de combate ininterrupto.

No deck onde os petroleiros aguardavam o resgate, era possível ver de longe a estrutura destruída pelo fogo: tubulações retorcidas, fumaça ainda densa e um silêncio carregado de incerteza.

“Ninguém sabia ao certo o que havia acontecido. Só sabíamos que o risco ainda não tinha passado”, disse outro trabalhador.

⚠️ Vítimas, desembarques e investigações em curso

Até a noite de ontem, o Sindipetro-NF já havia identificado 32 vítimas diretas da explosão – 14 com queimaduras e o restante com intoxicação por fumaça. Diretores do sindicato acompanham de perto os desembarques e os atendimentos hospitalares em Campos dos Goytacazes e Macaé.

A Petrobrás iniciou nesta terça-feira o desembarque parcial da unidade, com o objetivo de manter a bordo apenas os trabalhadores essenciais para garantir segurança, alimentação e habitabilidade.

Atualmente, a PCH-1 conta com um POB (People On Board) de 176 profissionais. A estimativa é de que menos de 100 permaneçam na plataforma até segunda ordem.

🛢️ PCH-1: uma plataforma em transição

A plataforma PCH-1 está em fase final de venda para a britânica Perenco, em um processo de transição que deve ser concluído até o final de 2025. Neste momento, atuam na unidade funcionários tanto da Petrobrás quanto da empresa compradora.

Apesar de sua capacidade para produzir óleo e gás, a unidade tem operado nos últimos anos apenas como escoadora de gás de outras plataformas da região.

📌 Comissão de investigação será formada

Uma comissão investigativa com participação do Sindipetro-NF será criada para apurar as causas do acidente. O sindicato já alerta para a necessidade urgente de rever procedimentos de segurança e manutenção, especialmente em unidades que passam por transição de propriedade.

“O que vimos na PCH-1 não pode se repetir. Falhas em rotas de fuga e respostas improvisadas colocam vidas em risco. É preciso responsabilização e mudanças urgentes”, declarou um dos diretores do sindicato.

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